sábado, 21 de março de 2009

Um Mundo Só Meu...

Sirvo-me de uma fonte imaginária que nunca seca,
Transborda de ideias fluidas que liberto ao imaginar,
São gotas num mar de chuva, de água limpa e água turva,
Que me eleva a um mais alto patamar.

Se sonho, escrevo ou desenho, se sinto, rio ou choro,
Se emito uma respiração vibrante reluzente em cada poro,
Então orgulho-me, feliz como ao encontro de um tesouro,
Num dia preenchido pelo crocitar do corvo.

É quando atinjo uma paz de espírito que nem o vácuo suporta,
Como navegar no ondular de uma onda morta.
Imagino, penso, crio, faço num imenso denso frio,
Pois a minha mente quente, é lareira para este brio.

Sou observador atento, questiono tudo o que é fisico,
Sou estrela fantasista, num mundo de encantar,
Sou Deus, sou o Diabo e sou tudo o que me é amado,
Sou, ou não, mas gosto de o imaginar.

Então a fonte imaginária nunca seca, já o disse,
Nunca morre à nascença, nem se expira de velhice, é eterna,
Transcendente ao próprio tempo,
Como pão para a pobreza, esta serve de alimento.

Teço simples teias na complexidade da mente,
E vejo-as florescer num jardim encandescente,
Somos nós, jardim de ideias, para sempre,
E lado a lado, ombro a ombro, delas fiquei dependente.

Um comentário:

  1. Uau! Gostei muito do texto, principalmente da última estrofe: "Teço teias na complexidade da mente (...) delas fiquei dependente". Muito bom

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